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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Se você circula pelo campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em Camobi, provavelmente já deve ter visto a Sol, uma cadela comunitária de cor amarela com branco, circulando perto dos blocos da Casa do Estudante e do Restaurante Universitário (RU). Depois de ter sido abandonada, em setembro de 2018, ela passou a frequentar os espaços de convivência da universidade junto aos outros 70 animais (entre cães e gatos) de vida livre que coabitam pelo local.
No entanto, desde o final do ano passado, Sol tem protagonizado várias discussões entre alunos e servidores da UFSM. É que logo depois que chegou ao campus, a cadelinha de aproximadamente 4 anos começou a demonstrar um comportamento estranho e que chamou a atenção de muita gente.
- Logo no início, a gente notou esses ataques que ela tinha, de morder a própria perna e o rabo. Eu filmei um dos ataques e mandei para a neurologista do Hospital Veterinário e ela disse que já tinha atendido a Sol e que ela tinha sido diagnosticada com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), e que precisava de um tratamento muito rigoroso, com medicação forte, de 12 em 12 horas, sem atrasar nenhum dia e horário - explica Simone Doico, servidora do RU que há mais de 15 anos atua na proteção dos animais abandonados na instituição.
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Mesmo diagnosticada, até agora, Sol não pode receber o tratamento adequado e de que tanto precisa em função da sua condição de cachorra comunitária, que dificulta a administração dos medicamentos nos horários indicados e o monitoramento da situação. Com o passar do tempo, no entanto, as crises aumentaram e a cadela começou a atacar as pessoas, o que desencadeou muitas reclamações, denúncias e até mesmo ameaças contra a vida do animalzinho.
- No início, a gente conseguia distraí-la ela nas crises, mas agora não adianta. Foi intensificando e ficando mais grave. E cada vez os ataques duram mais tempo. Até mesmo se a gente brinca e ela se agita bastante desencadeia um ataque. Parece que dá um clique na cabeça dela e ela começa do nada - relata Simone.
CAMPANHA
Em novembro do ano passado, o Projeto Zelo, da UFSM, que busca a conscientização para coibir o abandono, iniciou uma campanha de adoção responsável para a Sol nas redes sociais.
- Provavelmente, o problema neurológico dela é decorrente de algum trauma. A gente fez um post na página do projeto no Facebook bem explicativo, não escondemos o problema, mas tentamos sempre esclarecer e tentar eliminar os motivos de revolta e até mesmo a maneira desumana com que algumas pessoas estão lidando com o problema dela, desejando a morte ou a eutanásia. Mas nós não temos como entregar a Sol para alguém que não tenha como manter o tratamento e as condições que ela precisa, seria extremamente errado - comenta a professora Fabiana Alves Stecca, coordenadora do Zelo.